Em 1972, Rio Claro não tinha Estação Rodoviária, os ônibus da Viação Cidade Azul estacionavam em uma agencia da Rua 1 entre as avenidas 2 e 4 e de lá partiam para Limeira, Campinas e São Paulo. Não havia serviço se som informando o horário das partidas. Tive uma idéia. Procurei o dono da empresa o Sr. Mário Sassaki e o convenci que o serviço seria de muita utilidade para os passageiros. Ele a princípio ficou com receio, afinal, eu tinha apenas 13 anos de idade e queria abrir meu primeiro negócio. Ele topou. Fui até a Loja do Sr. Dário na Rua 4 e comprei a prestação : 2 tapes , 1 microfone, 1 amplificador, 5 falantes e 50 metros de fio. O estúdio foi instalado no interior da agencia em uma sala que transformei em estúdio. Estiquei os fios nos postes da rua, liguei os falantes e em apenas 5 dias começei o trabalho. Quando tudo estava pronto, convidei seu Mário para jantar no Restaurante O Garrafão da Rua 4 para celebramos nosso acordo. Ele aceitou, e foi meu primeiro jantar de negócios. Eu, um adolescente de 13 anos e ele o grande empresário do transporte na cidade. As cinco da manhã, partiam os primeiros onibus, isso até as 8 da noite. As partidas eram de hora em hora. Nos intervalos, eu deixava tocando musica ambiente em fitas k-7 e ia visitar lojas para vender comerciais para a minha rádio rodoviária. Em pouco tempo o negócio prosperou e contratei o Pascoal, meu colega de classe no Sesi para ser meu funcionário. Assim sobrava mais tempo para as visitas de captação de publicidade. O trabalho era duro, segunda a segunda, da madrugada até a noite. Era um sucesso. Eu me inspirava no serviço da Rodoviária de Campinas. Durou 2 anos e meio, aí veio a oportunidade de fazer um teste na Rádio Educação e Cultura. Fui aprovado e contratado. Tinha que me dedicar ao novo trabalho. Vendi o negócio para o Pascoal que ja trabalhava comigo e fui viver meu sonho no Rádio. Sonho que vivo todos os dias á 45 anos. Na minha história, tenho entre tantas situações vividas, a alegria de ter dado voz aos ônibus da minha cidade. Deus é bom e sempre me amparou, a cada passo.
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